Imágenes de páginas
PDF
EPUB

Ubach y Vinyeta.

Vancelles, Valldaura, Vallespin, Valls, Vallés, Verdaguer Jacinto), Verdaguer (Alvaro), Verdaguer (Magin), Ventalló; - Vidal y Valenciano (Caetano), Vidal y Valen. ciano (Eduardo), Vidal (Modesto), Vidal (Francisco), Villamartin, Vinader, Vilarasa, Vilaseca y Domenech, Vinardell (Arturo), Vila y Guitó, Vich, Viza y Marti, Viñas y Serra, Vila (Miguel, Vila (Agostinho), Villanueva.

Xavier y Godó.

Yago.

Zamy, Zabaleta.

N'esta lista, diz Balaguer, vão incluidos poetas liricos e dramaticos, historiadores, romancistas e literatos da Catalunha, Valencia e Baleares mas só dos que escrevem em catalão, excluindo absolutamente os catalães, valencianos, malhorquinos e menorquinos que escrevem em castelhano e cujos nomes triplicariam este rol.

Nota IV. Perseguição à lingua euskara (pag. 474). Para dar ideia do sectarismo estreito com que o governo espanhol tem perseguido a lingua turaniana por excelencia, aquela a que Guilherme Humbold, Cezar Moncault, Gustavo Hubbard, Aquiles Luchaire, o principe Luiz Luciano Bonaparte, o Pdr. João de Larramendi, o Pdr. Fidel Fita, Antonio de Trueba, Vicente Arana, José Manterola e muitos outros filologos, historiadores e arqueologos dedicaram annos de pacientissimo estudo, a lingua a que sacrificou o melhor de sua vida o colossal auctor do Genio de Nabarra; Celtas, iberos y eúskaros e Gramatica de los cuatro dialectos literarios de la lengua euskara, o incansavel D. Arturo Campion, bastará repetir que em Espanha as comunicações telegraficas em qualquer das linguas regionaes são rigorosamente prohibidas e transcrever depois o que Anselmo Andrade, auctor nada suspeito de simpatia pelos ideaes que professam os habitantes das provincias vascongadas, diz no capitulo x da sua Viagem na Hespanha :

« Além das influencias naturaes e sociaes, sob as quaes se vae reduzindo cada vez mais a primitiva linguagem dos primitivos habitantes, ha ainda um factor que actua especialmente na sua extinção. É o influxo directo do governo espanhol, que intenta acabar de todo com o vascuense. O principal motivo é o receio da predica. Nas provincias vascongadas onde o catolicismo tem uma verdadeira

influencia politica, como religião e como simbolo de nacionalidade, a devoção é grande... O padre domina pois realmente nas provincias vascongadas pelo respeito ás tradições. O pulpito é a sua cadeira, e o sermão a sua lição eficaz. Na lingua vascongada essa lição, geralmente subversiva sob o ponto de vista da politica castelhana, escapa com facilidade á acção fiscal. E pois necessario que o ensinamento clerical se não faça. Para isso o processo mais facil é tornar inutil a lição, tornando ininteligivel a linguagem. N'esse intento teem os professores ordem de prohibir o uso do vascuense aos seus discipulos. É-se castigado por falar vascuense. Um dos castigos mais empregados é o do anel. O mestre enfia no dedo do discipulo, surpreendido em flagrante delicto de falar a lingua prohibida, um anel de cobre. Quando o infantil deliquente surpreende por sua vez um condiscipulo seu em delicto igual, passa-lh'o logo, e assim sucessivamente durante a semana toda. Aquele, que no sabado de tarde foi encontrado com o anel no dedo, é severamente castigado. É assim que vae morrer a linguagem que um dia se falou n'uma incalculavel extensão do mundo, e que hoje se acha sosinha, sem irmãs e sem familia, n'aquele pequeno canto do mundo ao pé dos Pirineos. >>

Apresen

Nota V. 0 Canto de Altabiscar (pag. 476). tado já uma vez em Portugal, n'uma obra por varios conceitos notavel, como « amostra dos cantos guerreiros bascos, onde se enaltecem as suas proezas e o seu amor pela liberdade » o Altabiskarco Cantua «no qual se celebra a derrota do exercito de Carlos Magno, em Roncevaux, e a morte d'um dos seus principaes caudilhos, o lendario Rolando » 1, não é, como se poderia supor, um canto popular, mas sim uma composição poetica relativamente moderna.

Não se disse ainda a ultima palavra sobre este ponto. O ilustre poligrafo Menendez y Pelayo, entre outros, tratou esta questão e parece ser que a origem d'este notabilissimo poema se deve ir procurar a uma brincadeira de uns estudantes bascos residentes em Paris que, lembrando-se de compor um cantico em que se celebrasse a batalha de Roncesvalles, o enviaram, depois de feito, a uma revista fran

1 Pereira de Lima: Iberos e Bascos, nota g.

cêsa de folk-lore, dando-o como tradição popular por eles colhida na baixa Navarra.

Popular ou não, inegavel é que o Canto de Altabiscar está revestido de grande valor, constituindo um dos melhores monumentos, senão o melhor, da literatura euskara.

Damos a seguir o original e uma tradução literal portuguêsa, calcada sobre a castelhana de Manterola :

Altabiskarco Cantua

Oyhu bat aditua izan da

Escualdunen mendien artetic

I

Eta Etcheco jaunac, bere athearen aitenean chutic

Ideki ta bearriac, eta erran du: «Nor da hor? Cer nahi dautet? >

Eta chacurra, bera nausia: en oinetan lo zaguëna,

Alchatu da, eta Karrasiz Altabiscarren inguruac bethe ditu.

II

Ibañetaren lepoan harabotz bat aghertcen da,

Urbiltcen da, arrokac ezker eta ezcuin jotcen dituelaric;
Hori da urrundic heldu den armada baten burrumba.
Mendien copetetaric guriec errespuesta eman diote ;
Beren tuten soinua adiarici dute,

Eta etcheco-jaunac bere dardac zorrozten tu.

[blocks in formation]

¡Nola cer nahi colorezco banderac heien erdian aghertcen diren!

¡Ce simistac atheratcen diren heien armetaric!

Cembat dira? Haurra, coadatzic onghi !

Bát, biga, hirur, laur, bortz, sei, zazpi, zortzi, bederatzi, hamar, hameca,

hamabi,

Hamahirur, hamalaur, hamabortz, hamasei, hamazazpi, hemezortzi, heme

retzi, hogoi.

Hogoi eta milaca oraino !

IV

Heien condatcea demboraren galtcea liteque.

Urbilditzagun gure beso zailac, errotic athera ditzagun arroca horiec,

Botha ditzagun mendiaren patarra behera

Hein buruen gaineraino;

Leher ditzagun, herioz jo ditzagun.

V

Cer nahi zuten gure mendietaric Norteco guizon horiec?

¿Certaco jin dira gure bakearen nahastera ?

Jaungoicoac mendiac eguin di tuenean nahi izan du hez guizonec ez pasatcea Bainan arrokac biribilcolica erortcen dira, tropac lehercen dituzte.

Odola churrutan badoa, haragui puscac dardaran daude.

¡Oh! ¡cembat hezur carrascatuac! cer odolezco itsasoa!

VI

Escapa escapa! indar eta zaldi dituzuenac !

Escapa hadi, Carlomagno erreghe, hire luma belzekin eta ire capa gorriarekin

Hire iloba maitea, Errolan zangarra hantchet hila dago;

Bere zangartasuna beretaco ez tu izan.

Eta orai, Escualdunac, utz ditzagun arrocá horiec,

Jauts ghiten fite, igor ditzagun gure dadac escapatcen direnen contra.

VII

Badoazi! badoazi! non da bada lantzazco sasi hura ?

Non dira heien erdian agheri ciren cer nahi colorezco bandera hec ?
Ez da gheiago simitztarik atheratcen heien arma odolez bethetaric
Cembat dira? Haurra condatzac onghi

Hogoi, hemeretzi, hemezortzi, hamazazpi, hamasei, hamabortz, hamalaur,

hamairur,

Hamabi, hameca, hamar, bederatzi, zorzti, zazpi, sei, bortz, laur, nizur,

VIII

Bat! ez da bihiric aghertcen gheiago. Akhabo da ! Etcheco jauna, joiaten ahal zira zure chacurrarekin, Zure emaztearen eta zure haurren besarcatcera

Zure darden garbitcera eta alchatcera zure tutekin,

Eta ghero heien gainean etzatera eta lo gitera.

Gabaz, arranoac joanen dira haraghi pusca lehertu horien jatera,
Eta hezur, horiec oro churituco dira eternitatean.

biza, bat.

1 Estas palavras castelhanas e outras adoptadas do caste-lhano denunciam até certo ponto a origem moderna do poema.

Tradução literal

I

Um grito se ouviu

No seio das montanhas bascas

E o Echeco-jauna 1 de pé diante de sua porta

Abriu as orelhas e disse: Quem está ahi? Que querem de mim?
E o cão que dormia aos pés de seu dono,

Levantou-se e encheu com seus gritos os arredores de Altabiscar.

II

Na colina do Ibanheta aparece um forte ruido,

Aproxima-se, roçando á direita e esquerda as fragas ;

É o estrondo de um exercito que chegou de longe ;

Os nossos responderam-lhe do alto das montanhas, fazendo soar seus cornos E o Echeco-jauna afia as suas setas.

III

Já chegam já chegam! É um bosque de lanças!

Como aparecem em meio d'elas multiplices bandeiras de varias côres!
Quantos reflexos saem das suas armas !

Quantos são? Rapaz, conta-os bem.

Um, dois, tres, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze,
Treze, quatorze, quinze, dezasseis, dezasete, dezoito, dezenove, vinte.

IV

Vinte, e milhares mais!

Conta-los seria tempo perdido.

Unamos nossos robustos braços, arranquemos pela raiz estes rochedos
Lancemo-los de alto a baixo pela encosta da montanha

Sobre suas cabeças;

Esmaguemo-los, firamo-los mortalmente.

1 Echeco-jauna, senhor da casa: sinifica aqui algo assim

como chefe, rei, juiz, etc.

« AnteriorContinuar »